Enquanto estávamos a discutir qual seria o nosso próximo
restaurante a visitar, j. trouxe à discussão a ideia de visitarmos o "The
Decadente" com dois argumentos muito pesados: boas referências de amigos e o
desconto da TimeOut! Ora, em tempo de crise não convém desperdiçar este tipo
de “oportunidades”, por isso, aliámos a curiosidade em conhecer um novo e
badalado espaço de Lisboa, com a possibilidade de “poupar” uns trocos.
O restaurante está inserido no hostel "The Independente", um espaço com um conceito muito bem-vindo a Lisboa, localizado numa zona “prime" da capital, mesmo em frente ao miradouro S. Pedro de Alcântara. Este é daqueles prédios que, quando cruzamos, não conseguimos evitar olhar e passar indiferentes, tem um certo charme que encanta e apetece entrar! Quando entramos, deparamo-nos com um lobby retro-pop-chic, que aumenta a expectativa para o espaço do restaurante. Para chegarmos à sala do restaurante, passamos pelo pequeno bar e atravessamos um corredor que nos transporta para um bar vintage no coração da Europa.
(ver imagem aqui)
O restaurante está inserido no hostel "The Independente", um espaço com um conceito muito bem-vindo a Lisboa, localizado numa zona “prime" da capital, mesmo em frente ao miradouro S. Pedro de Alcântara. Este é daqueles prédios que, quando cruzamos, não conseguimos evitar olhar e passar indiferentes, tem um certo charme que encanta e apetece entrar! Quando entramos, deparamo-nos com um lobby retro-pop-chic, que aumenta a expectativa para o espaço do restaurante. Para chegarmos à sala do restaurante, passamos pelo pequeno bar e atravessamos um corredor que nos transporta para um bar vintage no coração da Europa.
A sala do restaurante está decorada com elementos de uma
casa portuguesa rústica combinada com uma garrafeira, mas transitando
por uma mercearia antiga. Gostámos do pormenor dos pratos “da avó” nas prateleiras na parede, do balcão da mercearia, como mesa de apoio aos empregados, bem como a balança antiga no centro do restaurante. A decoração é simples e com
bom gosto. O espaço é agradável, acolhedor e apetece ficar.
(ver imagem aqui)
No entanto, o fascínio do lugar pode-se perder se tivermos
demasiado tempo para o admirar… sem comida. É verdade que quando chegámos a
sala estava cheia, e aceitamos que escolhemos pratos que exigem algum tempo a
confeccionar, mas esperámos cerca de 45 minutos entre as entradas e o prato
principal, um aspecto que confiamos não ser recorrente, para bem do restaurante,
mas que não nos agradou.
O serviço, na generalidade é bom, com empregados simpáticos,
jovens, descontraídos e atenciosos. Cometeram uma pequena falha que corrigiram
sem hesitar e sem desculpas baratas, o que revela orientação para o cliente, um
factor chave num restaurante novo na cidade. Importa ainda referir a existência
de empregados que não sendo de origem lusófona se esforçaram por falar
Português, apesar de terem de recorrer à língua Inglesa para se expressar mais rapidamente,
o que até deu um colorido internacional à noite!
O que provámos...
O Q' Houver (todos) - Pão de Mafra com manteiga d'ervas. É a prova de que as fórmulas mais simples são também as que trazem sucesso. Nada a acrescentar aqui senão dizer que o pão era óptimo e a manteiga também. O nome, embora uma piada já mais que conhecida, não deixa de ser genial para colocar na ementa! O couvert tem de ser pedido, o que não costuma ser habitual, sendo que a dose servida para quatro nos pareceu pequena.
Salada de Inverno (g.) - Uma mistura de folhas de rúcula, raddichio e chicória sob
abóbora assada com especiarias e cogumelos portobello, salpicadas com crumble
de castanhas. Uma mistura de sabores inteligente, uma vez que o sabor quente da
abóbora, cruzou muito bem com os cogumelos e a mistura dos verdes temperados
com um vinagrete balsâmico.
The Pica-Pau (f.) - Uma entrada que se pode dividir em dois momentos, ambos na mesma travessa. O primeiro era composto por pedaços de picanha duros e com "nervos", o segundo com carne de melhor qualidade e que fazia jus ao nome picanha. A carne estava cortada em pequenos pedaços (como se quer no pica-pau), mas não mal-passada o suficiente (como se exige para a picanha). Salvou-se o tempero de alho e tomilho e, principalmente, o pão molhado no suave molho de mostarda antiga. O sabor da mostarda estava presente, sem contudo ser demasiado intenso, enfim, excelente.
Morcela & Chutney (d. / j.) - Basicamente adoramos enchidos, por isso esta entrada tinha que ser pedida. Quatro rodelas de morcela de cominhos grelhada com chutney de cebola-roxa e maçã verde com especiarias, acompanhada de mais umas fatias do delicioso pão de Mafra. Estava óptima e recomendamos a todos os que apreciem este enchido!
Secretos (f.) - O excesso de tempero na carne, antigamente, servia para disfarçar a sua fraca qualidade (quando não a sua má conservação), no caso deste prato, serviu para estragar uma carne de excelente qualidade e confecção. A carne estava tenra e suculenta, com as características únicas do porco preto a sobressaírem, porém, o excesso de limão tornou-a tão azeda que lhe retirou qualquer sabor. O acompanhamento deste prato eram umas migas de grelos e farinheira que estavam soberbas! Os grelos davam-lhe um sabor intenso q.b., com a farinheira a sobressair, numa mistura perfeita com o pão empapado.
O Melhor Bife do Miradouro (j.) - O melhor bife do Miradouro? Talvez seja verdade... mas parece-me que nem todas as pessoas concordariam com esta frase se lhes servissem um bife exactamente igual ao que me foi servido. Estamos a falar de um bife de picanha alto, que, por regra se quer suculento e mal passado. O meu não estava, e não foi porque pedi, porque essa questão não me foi colocada. Por regra, gosto da carne mais bem passada por isso gostei do bife que me foi servido, mas tenho a certeza que qualquer um dos meus "colegas de blog" mandaria o bife de volta para a cozinha. Não sei se normalmente o bife é servido bem passado, mas se for, acho que deveria ser repensado. Um dos acompanhamentos do bife é um ovo cozido (em longa cozedura a 65º C) que estava fantástico. Este tipo de cozedura faz com que o ovo cozido não fique duro, apenas mais espesso, o que o torna bastante suave. O bife é ainda acompanhado de batatas caseiras com molho e salada.
Bacalhau Confitado Com Mel & Amêndoas (d. / g.) - Lombo de bacalhau em longa cozedura a 56º C com mel e amêndoas, acompanhado de batata brava e espinafres salteados. Talvez tenha sido este o prato que fez demorar o nosso pedido, mas quero pensar que foi apenas um percalço na cozinha. Mas há que confessar - mesmo que tenha sido esta a razão da demora, valeu bem a pena a "seca". O bacalhau estava num ponto de cozedura perto da perfeição - as lascas saíam sozinhas ao mais ligeiro toque dos talheres. Embora se possa achar que mel e amêndoas não combinam com bacalhau, este prato vem provar o contrário - a mistura é algo inesperada, mas muito boa, não fica demasiado doce porque não há nenhum exagero na dose de mel. Os espinafres e as batatas são os acompanhamentos que fazem sentido, e, embora os espinafres estivessem no ponto, as batatas estavam um pouquinho duras.
De Seia Para Lisboa (d. / j.) - Esta sobremesa é um cheesecake de queijo cremoso da serra com gelatina de tomate... tínhamos que provar! Confesso que não sabemos bem o que pensar. A ideia geral que fica é a de uma boa sobremesa, mas ao mesmo tempo uma estranha combinação de sabores. Os sabores podiam ser mais equilibrados, pois o creme é salgado, a gelatina de tomate não é muito doce e a base do cheesecake é mesmo muito doce. A experimentar, sim. A repetir, não sabemos, talvez tenhamos de provar outra vez.
O Brownie da Tia Lisa (g.) - Para quem gosta muito de chocolate, um brownie fecha sempre bem a refeição. Este pequeno brownie de chocolate Valrhona com praliné de amêndoas & nozes e pérolas crocantes, ganhava na intensidade de sabor o que não tinha em tamanho. De facto, é muito doce, mas como é pequeno, não é enjoativo, diria mesmo que termina no momento certo.
Vinho (f. e d./g.) - Foram experimentados dois vinhos, ambos a copo. f. bebeu um Quinta da Fata, áspero de sabor e cheiro intenso, como um Dão deve ser. O outro vinho foi um Montado (Alentejano), suave como qualquer alentejano costuma ser e um bom acompanhamento para o bacalhau.
O "The Decadente" serve vinho a copo, uma tendência cada vez mais visível nos restaurantes hoje em dia, e nunca será demais referir que muitos outros deveriam fazer o mesmo. Proporciona aos clientes uma maior variedade de escolha (pois cada um pode escolher o seu vinho) e não acreditamos que traga prejuízo aos empresários...
Outro pormenor simples mas feliz - servem um jarro água com gelo à mesa assim que as pessoas se sentam. Água da torneira. Sem pretensões de tentar cobrar preços exorbitantes por água da rede, como outros tentaram (sem sucesso, claro). É oferta da casa. Uma oferta que não pesa nos custos e ao mesmo tempo melhora o good will junto do cliente. Só lhes fica bem. Muito bem.
O "The Decadente" serve vinho a copo, uma tendência cada vez mais visível nos restaurantes hoje em dia, e nunca será demais referir que muitos outros deveriam fazer o mesmo. Proporciona aos clientes uma maior variedade de escolha (pois cada um pode escolher o seu vinho) e não acreditamos que traga prejuízo aos empresários...
Outro pormenor simples mas feliz - servem um jarro água com gelo à mesa assim que as pessoas se sentam. Água da torneira. Sem pretensões de tentar cobrar preços exorbitantes por água da rede, como outros tentaram (sem sucesso, claro). É oferta da casa. Uma oferta que não pesa nos custos e ao mesmo tempo melhora o good will junto do cliente. Só lhes fica bem. Muito bem.
Preço e Considerações Finais
O preço final foi bastante simpático, até porque aproveitámos, uma vez mais, uma das promoções 2por1 da TimeOut! (o que seria de nós sem estas promoções?).
É uma excelente relação qualidade/ambiente/nível de serviço/preço, e é certamente um restaurante a repetir! Tendo em conta que fazem menus de almoço por 10 €, talvez seja uma boa ideia visitá-lo durante o dia!
Ficámos, também, curiosos em visitar o hostel, o "The Independente", e com vontade de fazer turismo dentro da nossa própria cidade!
É uma excelente relação qualidade/ambiente/nível de serviço/preço, e é certamente um restaurante a repetir! Tendo em conta que fazem menus de almoço por 10 €, talvez seja uma boa ideia visitá-lo durante o dia!
Ficámos, também, curiosos em visitar o hostel, o "The Independente", e com vontade de fazer turismo dentro da nossa própria cidade!
data da visita: 13.fevereiro.2012
preço por pessoa: 13,65 €
(sem desconto TimeOut, teria sido 24 €)
The Decadente Restaurante&Bar
Rua São Pedro de Alcântara, 81, Lisboa
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