domingo, 6 de setembro de 2015

Cufra | Porto

Vamos ao Porto em trabalho e queremos aproveitar para comer uma Francesinha, sugestões?
Diversos amigos responderam e vários referiram o restaurante Cufra na Avenida da Boavista. Como era perto do hotel, aceitámos a sugestão e lá fomos nós...
(foto do facebook)

O Cufra existe desde 1974 e é uma referência na gastronomia da cidade do Porto. À boa maneira tradicional portuguesa, é restaurante, marisqueira, cervejaria e snack-bar... nos dias hoje, onde a simplicidade é um fator-chave, parece um conceito confuso, mas, para um espaço emblemático como este, não podia ser de outra forma.

Chegámos já perto das 22h, de uma quarta-feira, e posso dizer que a casa estava composta. Pareceu-me um bom sinal - ainda que não saiba se é habitual ou se foi por ser dia de meia final da Liga dos Campeões. O espaço é composto por duas salas, ambas com uma decoração antiquada - paredes de madeira, mesas com toalhas brancas, sofás vermelhos e cadeiras escuras - e com um ambiente que faz lembrar os antigos cafés/restaurantes dos anos 70/80. Não sei se é propositado, mas, a mim, parece-me é que nada mudou desde que este restaurante abriu.

Sobre o atendimento, posso dizer que está de acordo com o que se espera. Empregados com experiência que tratam os seus clientes de uma forma educada e profissional. Sem serem excessivamente simpáticos, são disponíveis e sempre preocupados.

Passando ao que verdadeiramente interessa: a comida! Ou melhor, as Francesinhas, porque é este o tema deste texto. Numa palavra, são óptimas. Não sei se são as melhores do Porto, como alguns dizem, mas são as melhores que já provei (nota: o meu conhecimento sobre Francesinhas não é muito vasto).
Optei pela Francesinha Especial com Bife, pois a Francesinha Especial (a dita "normal") é servida com lombo assado. É um pouco mais cara, mas, na minha opinião, o Bife é um ingrediente fundamental numa Francesinha.
Quando chegou à mesa, reparei que não era servida com batatas fritas. Pessoalmente, não me fez grande diferença, mas notei o espanto das pessoas que me acompanhavam que acabaram por pedir uma dose (cobrada à parte). Deixem-me, no entanto, clarificar que foi apenas porque sim, pois a quantidade da Francesinha é generosa e mais do que adequada para não se ficar com fome.
Destacando o molho, enquanto elemento mais importante e diferenciador, posso dizer que tem o equilíbrio certo para não ser excessivamente picante. Relativamente aos restante ingredientes, a qualidade é notória e encontravam-se muito bem confeccionados. Para quem gosta do bife mais mal passado, talvez seja necessário reforçar a ideia no momento do pedido.

No geral, saí satisfeita. É verdade que as expectativas não estavam muitos altas, pois, apesar de todas as recomendações, tive a oportunidade de ler alguns comentários menos positivos, mas digo que foram totalmente superadas.
Talvez este restaurante seja mais caro que outras opções de qualidade semelhante? É possível.
Talvez eu tenha tido sorte na única vez que lá fui? Também é possível.
Agora, acho, definitivamente, que o Cufra merece uma visita.

data da visita: 13.maio.2015
preço por pessoa: 21 €
(o valor inclui bebidas: cervejas, refrigerantes ou águas, sobremesas e cafés)

Cufra
Av. da Boavista 2504, Porto

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Darwin's Cafe

Já estava na to do list há algum tempo, e finalmente lá fomos. Descobri há pouco no site que é gerido pela equipa do LA CAFFÉ, marca de restauração da LANIDOR. 

O espaço
Uma decoração única, desenvolvida à volta da Origem das Espécies de Charles Darwin (o que já se faria adivinhar). É um espaço muito amplo (um enorme pé direito), e, ainda assim, muito confortável. Sendo um restaurante grande (capacidade para 116 pessoas na sala interior e 40 na esplanada), na sala interior a arrumação do espaço está feita com muito espaço entre as mesas.
Uma das coisas que mais me espantou foi o controlo acústico - restaurante absolutamente cheio e a conversa fluía sem qualquer incómodo das mesas vizinhas ou ruído de fundo.
Aconselha-se a reserva prévia de mesa - a maître d' recusou mesas uma vez que já tinham o restaurante completo com reservas naquele dia (uma sexta feira à hora de almoço a meio do mês).
A ementa
A ementa de almoço (que pode consultar aqui) apresenta uma série de opções que não nos permite identificar um estilo único - encontramos pastas, risottos, pratos tradicionais portugueses, saladas, carpaccio, tataki... É uma opção de versatilidade que permite servir uma série de apetites/gostos diferentes e que nos parece pragmática.
Decidimo-nos por um Tagliatelline com frango grelhado, legumes chineses, pesto e natas e um Brás de frango com alheira e rúcula, ambos muito bons, que acompanhámos com um Monte da Raposinha.
Da carta de sobremesas, optámos por um Creme brûlée Darwin e pelo Pudim Abade de Priscos. O creme brûlée estava óptimo, tinha uma pêra cozida escondida no creme, e era coberto com açúcar mascavado queimado na hora, o que lhe conferia um crocante delicioso. O pudim, era um pudim de ovos muito bom, mas não tinha a consistência ou textura de um verdadeiro "Abade de Priscos".

O serviço
Nota-se que existe uma forte aposta na formação da equipa de sala, pois existe cuidado e muita atenção no serviço. Melhor que isso, conseguem ao mesmo tempo ser descontraídos e simpáticos, o que só acrescenta ao conforto do restaurante.

Em resumo
Sendo um restaurante de preço mais elevado, poderá reservar a visita para uma ocasião mais especial, mas não deixe de o fazer. Tente apontar para um dia solarengo, para tirar o máximo partido do espaço e da localização junto ao rio.

data da visita: 17.abril.2015
preço por pessoa: 30 €

Darwin's Café
Champalimaud Centre for the Unknown
Av. Brasília, Ala B, Lisboa

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Popolo

Ideias para o almoço eram bem-vindas. TimeOut em cima da mesa. Numa das páginas a referência ao Popolo. Boa pinta. Vamos lá.
Existe uma nova vida na zona do Cais do Sodré e da Avenida 24 de Julho. O plano de revitalização da Câmara Municipal de Lisboa para a zona está a dar frutos. Novos espaços começam a brotar e existe agora mais um polo de atração para onde vale a pena irmos.

O restaurante
O Popolo situa-se em plena Avenida 24 de Julho, na esquina em frente ao IADE. As letras inspiradas nos anos 50 anunciam um restaurante de decoração cuidada que nos remonta a espaços industriais. Sala ampla, com uma mezzanine que convida a refeições descontraídas. A música ambiente, no volume ideal, aconchega.

A carta
O Popolo serve pratos descontraídos de inspiração italiana e americana. Os hamburgers misturam-se com as pizzas. A grande inovação deles chama-se Burguesa é uma pizzeta. Para ajudar à compreensão, trata-se de uma calzone que envolve o hamburger. A combinação dos ingredientes resulta num hamburger suculento que se mistura com o molho de tomate, o queijo e o salame.
A acompanhar uma pequena salada com rúcula e tomate cherry e um cesto de batatas fritas. Os preços fixam-se entre os 7 e os 10 euros.
Servidos em tábuas de madeira, os hamburgers ou as pizzas, tudo tinha um óptimo ar. A escolha da Burguesa revelou-se acertada, embora a cobiça pelos pratos das mesas ao lado deixe a vontade em regressar para conhecer a restante oferta.
Pizzeta Burguesa
O serviço
Dada a azáfama que Lisboa começa a revelar em descobrir novos espaços optámos por reservar mesa. Acredito que é aconselhável. Embora existam muitas mesas, a reserva garante que se evitam filas de espera. Todo o staff foi eficiente e educado. Não é um serviço extraordinário, mas não cumpre bem o que é esperado. Destaque para a simpatia com que fomos recebidos.

Veredicto
O Popolo é mais que "yet another burger restaurant". Tem uma atmosfera cosmopolita e mais adulta que as outras hamburgerias. Para quem estiver por aquela zona é uma alternativa mais que recomendável ao Mercado da Ribeira. A relação preço-qualidade é justa. Vale a pena conhecer.

preço por pessoa: entre os 12 € e os 15 €

Popolo
Av. 24 de Julho, 50, Lisboa

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Velhos Tempos Taberna | Braga

Viajar em trabalho permite-nos descobrir locais únicos. Quem habita nos sítios conhece os recantos secretos onde se levam apenas os amigos ou quem se quer impressionar. Depois de uma longa viagem de carro até Braga e terminada a reunião eis que o anfitrião nos diz: "Vou levar-vos ali a um sítio."
Esta afirmação vinda de alguém natural de Braga só pode significar que iremos descobrir um recanto de amigos. Onde as conversas fazem esquecer o tempo e a comida acompanhada do vinho, que se quer tinto, é a cereja em cima do bolo.
O Velhos Tempos Taberna diz tudo no seu nome e na porta. A madeira que se combina com a pedra transporta-nos para os tempos onde o minimalismo era coisa de gente moderna e sem gosto. No Velhos Tempos Taberna a decoração é de coisas velhas do tempo, não do desgaste. Daquelas coisas que a avó tem lá por casa e que pintam de laivos de memória alguns momentos que permanecem.

O restaurante
O espaço é intricado. Com escadas e várias salas ligadas entre si, é com se entrássemos num labirinto. À mesa, as generosas doses fazem-se destacar por entre a decoração de velharias e coisas típicas das casas dos avós. Esqueça-se por momentos os tectos altos e a mobília de linhas rectas. Abracemos as madeiras escuras e toscas que combinam na perfeição com os grandes móveis - louceiros e armários - e com a média luz que ilumina o espaço. Tivemos o privilégio de ficar na sala mais recatada do restaurante onde apenas mais duas mesas faziam companhia à nossa.
A ementa
A ementa combina os pratos do dia e Os pratos. Esqueçamos os do dia que estão ali para quem tem pressa. Nós não temos. Estamos em trabalho. Pois então, diga-nos lá o que tem para impressionar estes lisboetas esfomeados.
Ah ele é isso? Então venha de lá de entrada uns rissóis de camarão feitos de massa de pastel de massa tenra. Que delícia. O pão que é massudo e denso acompanha em beleza as azeitonas. Mas esperem, tenho ali uma alheira de caça que vão gostar. E gostámos. Muito.
Entradas - Pão, Azeitas e Alheira
Agora que o estômago já acamou que venha o rei da refeição. Rojões. Temos direito a tudo. Tripas enfarinhadas, papas de sarrabulho. Tudo serviço em doses mais que generosas como apenas alguém que gosta de impressionar faz. Algum reparo? Nem pensar! Tudo óptimo.

Rojões à Minhota (inclui tripas enfarinhadas)
Ainda há espaço? Ora pois bem, para acompanhar o café, que venha um pudim de abade de priscos que é caseiro. O melhor que já comi. Denso, de sabor intenso e rico. Não fosse o colesterol e os diabetes e ainda hoje estaria a comer fatias dele.
O vinho é uma peça chave para equilibrar tudo isto. Escolhemos de olhos fechados e confiámos na recomendação: jarro de vinho tinto da casa. Lá está. Vinho recheado em touriga nacional e tinta roriz tal as notas de frutos vermelhos. Não há madeira, mas as notas de especiarias foram muito bem com o que foi consumido.

O serviço
O serviço é impecável. Preocupado e disponível. Não foi possível avaliar a rapidez porque fomos sem pressa, mas a solicitude é digna de referência. Nada a apontar.

Veredicto
Sempre que voltar a Braga farei para ir ao Velhos Tempos Taberna. O restaurante é daquelas pérolas que surpreendem e deixam saudade.A qualidade é muito boa e os preços mais que justificados. Numa refeição que combine entradas, prato, sobremesa e vinho estaremos a falar de um valor que se situa entre os 20 e os 25 euros. A ir, sem dúvida.

preço por pessoa: entre os 20 € e os 25 €

Velhos Tempos Taberna
Rua do Carmo, 7, Braga

domingo, 19 de abril de 2015

Máfia das Pizzas

A propósito do jantar de aniversário da dc fomos à Máfia das Pizzas. Li algures, quando pesquisava sobre este restaurante, que era um espaço que trazia para Cacilhas um pouco do Trastevere.

[O Trastevere é uma zona de Roma, famosa porque ainda mantém o seu aspecto original, mas também pela sua agitada vida nocturna, com diversos bares e restaurantes fantásticos e muita animação.]

Fiquei logo entusiasmada, pois foi uma das zonas do Roma que mais gostei e onde encontrei as melhores pizzas que já provei, e posso dizer-vos já que não me senti enganada.
A Máfia das Pizzas localiza-se no centro histórico de Cacilhas, na reabilitada Rua Cândido dos Reis. Para quem, como eu, conhecia esta rua há muitos e muitos anos, foi uma boa surpresa ver o seu estado actual, com vários espaços novos para experimentar e muitas pessoas na rua.

O espaço
O restaurante é grande e tem muitas mesas, mas não se iludam, costuma estar cheio e ter fila à porta. É, também, um local de eleição para jantares de grupo (como era o nosso caso) por isso calculo que seja conveniente fazer reserva para jantar. Num sábado à noite, em que o espaço estava completamente lotado, pareceu-me ser um pouco confuso e barulhento, mas faz parte do ambiente.
Destaco ainda, à entrada, os fornos de lenha, cujo calor e o cheiro nos abrem o apetite e nos transportam para uma qualquer pizzaria tradicional italiana.

A ementa
Como seria de esperar, a oferta de pizzas é vasta. Há pizzas para todos os gostos, mais ou menos tradicionais, mais ou menos italianas, e ainda outras bem portuguesas com ingredientes como farinheira e morcela. São pizzas de massa fina e estaladiça, recheadas com dois ou três ingredientes principais, à semelhança do que se faz em Itália.
Eu sou fã deste tipo de pizzas... já tive a oportunidade de provar várias em diversos restaurantes e, por isso, é com certeza que digo que estas são fantásticas. Gostei mesmo muito. São saborosas, gulosas e de comer e chorar por mais (mas basta uma, que a quantidade é mais do que suficiente).

O serviço
Apesar do restaurante estar cheio, o serviço foi rápido e eficiente. Não posso dizer que tenha sido extremamente simpático, mas foi, sobretudo, profissional.
A nossa mesa era de 12, e, muito pouco tempo após o pedido, as pizzas chegaram, quentes e sem enganos. Pareceu-me que estão habituados a ter "a casa cheia" (e ainda bem).

Em resumo
Recomendo! É o sítio ideal para um jantar de amigos. Tem uma óptima relação qualidade/preço. A zona é agradável e está na moda.
Espero, no entanto, que não seja uma moda passageira e que as pessoas saibam que há vida para além de Lisboa. Em Almada, começa a existir uma oferta gastronómica mais moderna e apelativa... as mudanças são evidentes.
Sim, vale a pena atravessar a ponte.

data da visita: 18.abril.2015
preço por pessoa: 13,50 € (varia entre os 12 € e os 15 €)

Máfia das Pizzas
Rua Cândido dos Reis 81, Cacilhas, Almada

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Sabores de Monsaraz | Monsaraz

Passámos novamente pelo Sabores de Monsaraz e não resistimos em dar-lhe novo destaque.

O restaurante
No que parece ser uma casinha tradicional da vila de Monsaraz, encontramos um restaurante de cozinha aberta para a sala de refeições, onde é possível assistir ao reboliço da chegada, confecção e saída de todos os pedidos. Se ficar à janela, ou na esplanada, poderá apreciar a vista.
Do lado de lá do balcão, as duas cozinheiras que podiam ser as nossas avós - um pouco rezinzas, mas com umas mãos de ouro. Do lado de cá, a equipa de sala, atenciosa e disponível para nos explicar todas as ofertas disponíveis na carta para esse dia.

Entrada

Sala de refeições

Vista
A carta
Com uma oferta tradicional alentejana, é difícil escolher por entre os pratos apresentados. Deixem-se guiar pelo que vos apetecer, certamente que não irá desiludir.
Neste dia, começámos pelo couvert de pão alentejano e azeitonas (clássicos e sempre bons), e uma salada de queijo fresco com agrião que nos ofereceu sabores frescos e leves como entrada.
Para o prato principal, optámos pelos (mais-que) famosos Medalhões de Porco Preto com Cebolinhas, sendo que pedimos que o acompanhamento fossem batatas fritas. A carne, fantástica, a desfazer-se ao toque do talher; as batatas, fritas em azeite, mais caseiras não poderiam ser. Acompanhámos com um Monsaraz tinto - não sabendo dar notas detalhadas sobre vinho, digo apenas que acompanhou muito bem.
Não resistimos às sobremesas, que nos esperam em cima do balcão e nos observam mal entramos na sala. Um bolo de bolacha tradicional, com aquele sabor que só as coisas feitas em casa costumam ter.

Medalhões de Porco Preto com Cebolinhas (acompanhado de batata frita)

Podem ver a carta completa aqui.

Relação qualidade/preço
Muito equilibrada. As doses são generosas, pelo que é preciso ter em atenção este ponto quando se faz o pedido (deitar fora comida tão boa é feio!). A nossa opção passou por tentarmos um equilíbrio que nos permitisse experimentar entradas, prato e sobremesa, e ficámos mesmo muito bem servidos.

Veredicto
A não perder, sem dúvida. Merece até uma visita propositada à vila de Monsaraz - porém, aconselhamos fortemente a reserva prévia.  O restaurante é muito procurado, com boas críticas no TripAdvisor, e são recusadas mesas caso as reservas já tenham lotado a sala.


preço por pessoa: 20 €

Sabores de Monsaraz
Largo de S. Bartolomeu, Monsaraz
www.saboresdemonsaraz.com | facebook

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Pastelaria Conventual - Pão de Rala | Évora

À procura de um local para o pequeno almoço, aceitámos a recomendação do Trip Advisor e visitámos a Pastelaria Conventual, em Évora, que, apesar de não ser um restaurante, merece uma nota de especial destaque.

O espaço
Num ambiente típico de uma casa de chá, a Pastelaria Conventual situa-se num pequeno largo que, apesar de estar dentro da muralha da cidade, está afastado do bulício da praça do Giraldo.
Lá dentro, mesas espaçosas de madeira escura, decoração com objectos do campo e fotografias das celebridades com a Dona Ercília, responsável pela montra de doces de aspecto irresistível que nos complica as escolhas para o pequeno-almoço. Cá fora, uma pequena esplanada que permite receber mais clientes em dias de clima ameno como os que encontrámos.

Entrada

O que nos oferece
O Pão de Rala, o doce conventual que dá o nome à casa, é a estrela, como seria de esperar. Na montra é possível também encontrar muitos mais doces do tipo conventual e também típicos da gastronomia alentejana.
No meu caso, por preferir salgados aos doces pela manhã, pedi uma simples torrada de pão alentejano e um galão, que, embora simples, me souberam à casa da avó.
No final, não resisti a provar o famoso Pão de Rala, que no fundo é um pão recheado com fios de ovos, amêndoa (e talvez gila, não sei bem). Doce, muito doce, mas a massa que envolve este recheio tem um sabor neutro que equilibra os sabores e eu, que normalmente não gosto de doces conventuais, gostei muito deste Pão de Rala. Sucesso garantido como um bom souvenir de Évora!

Montra

O serviço
Familiar, muito simpático e muito eficiente. A conjugação perfeita!

Veredicto
Claramente, paragem obrigatória numa visita a Évora! De certeza que não vai conseguir resistir àquela montra.

preço por pessoa: entre 5 € e os 10 € (peq. almoço)
pão de rala: 25 € / kg

Pastelaria Conventual - Pão de Rala
Rua do Cicioso, 47, Évora

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Taverna dos Conjurados | Vila Viçosa

Conhecido de há vários anos. Daqueles que quando reencontramos dizemos: "Estás na mesma! Não envelheces". Aninhado junto ao Paço Ducal, em Vila Viçosa, o Taverna dos Conjurados é daquelas casas que se mantém fiel aos seus princípios: simpatia no atendimento, comida de excelência, ambiente tranquilo.
A fórmula de sucesso mantém-se e a comida tradicional alentejana continua a pautar os manjares que encontramos no restaurante.

O restaurante
Localizado numa antiga cavalariça, a sala do restaurante apresenta uma decoração sóbria, onde a traça antiga se destaca. Uma nota especial para os WC que exibem lavatórios em pedra maciça que são muito raros no país. Com iluminação artificial e morna, o ambiente é tranquilo, dando espaço para conversas demoradas e para uma degustação pormenorizada das iguarias escolhidas para a refeição.

Sala de refeições

A carta
Gastronomia alentejana. Sabores clássicos. Sopas, Peixe e Carne. Alguma caça. Pratos por encomenda que nos convidam aos banquetes em frente da lareira da casa de família. Começar pelas entradas é entrar pelo mundo de queijos e de enchidos que combinados com o pão alentejano abrem o apetite para as açordas ou sopas tradicionais. No peixe realça-se o bacalhau e o cação. As estrelas estão na carne. Migas ou borrego são algumas das sugestões que podem ser encontradas no menu. Escolha à vontade. Desta vez optei pela combinação da mostra de enchidos de porco preto para entrada e para as costeletinhas de borrego. Tudo divinal. Como sobremesa um toucinho do céu para culminar o pecado em beleza. Não há dieta que resista.
No que diz respeito aos vinhos a abordagem é diferente da clássica. A recomendação recai num tinto ou num branco que são os eleitos pelo anfitrião. Pode ser consumido em jarros que vão desde os 0,25lts até ao 1lt. O tinto é sublime. Uma edição produzida apenas para o restaurante. Se ainda assim for céptico a esta abordagem existe uma oferta mais selectiva mas onde o preço é naturalmente mais elevado.

Costeletinhas de Borrego

O serviço
O serviço é muito bom. Sereno e que convida à exploração. Tudo leva o seu tempo. A honestidade e a transparência são fruto da certeza da qualidade que é servida. A cada momento é explicado o que se tem pela frente, não deixando espaço para que hajam dúvidas em relação ao que é servido. Arrisco até que num dia nos sentemos e se diga: escolha, eu confio em si.

Veredicto
O Taverna dos Conjurados é uma das referências do alentejo. Para conseguir mesa recomendo vivamente que se efectue reserva. O restaurante combina uma óptima carta com um serviço dedicado e um nível de preços que está perfeitamente ajustado. Uma refeição completa e que inclui vinho cifra-se em cerca de 25 euros por pessoa. Seja num passeio ou numa ida propositada para conhecer, o Taverna dos Conjurados é um dos restaurantes portugueses que merecem uma visita.

preço por pessoa: entre 20 € e os 25 €

Taverna dos Conjurados
Largo 25 de Abril, 12, Vila Viçosa

domingo, 5 de abril de 2015

Chouriçaria da Praça | Évora

Évora está diferente. Reinventou-se. Vibra. O fim-de-semana da Páscoa trouxe uma invasão turística à capital de distrito alentejana. Percorrer as ruas da cidade com a brisa quente de verão que perfumou a primavera foi o tónico perfeito para conhecer uma das novidades que Évora tem para descobrir, a Chouriçaria da Praça.

O restaurante
Localizado na Praça 1º de Maio, em frente ao mercado, o restaurante faz-se anunciar com uma pequena esplanada e um cartaz à porta que nos confessa quais as sugestões do dia. Lá dentro descobrimos que o minimalismo também combina com a planície alentejana. O Chouriçaria é de gente jovem, onde trabalha gente jovem, mas é frequentado por todos: novos, menos novos, portugueses, estrangeiros. É democrático.
A decoração é sóbria e fresca, juvenil. Bem iluminado, combina as linhas rectas da mobília com os tectos arqueados e alvos da arquitectura tradicional.

Sala do restaurante

A carta
Diversidade é um eufemismo para a multiplicidade de opções da carta do Chouriçaria. Tostas, bifes, petiscos, saltadas. Tudo é possível. Entrámos com a esperança de comer os muito bem reputados pães com chouriço de porco preto ou de farinheira. Estavam esgotados.
Gorada a expectativa, enveredámos pelos petiscos. O pão alentejano acompanhado pelo azeite aromatizado com orégãos, azeitonas com alho, ovos mexidos com farinheira de porco preto, tábua de queijo com compota de tomate. Tudo 5 estrelas. Bem servido, bem confeccionado. Com espaço ainda para mais, pedimos o chouriço de porco pretos assado e as batatas maltesas (até aqui totalmente desconhecidas). A qualidade manteve-se.
A oferta de vinhos deixa a desejar. Embora existam opções a copo ou em garrafa, a filosofia do restaurante permite claramente a evolução deste aspecto. O tinto servido a copo está longe da qualidade da comida.

Tábua de queijo com compota de tomate | Ovos mexidos com farinheira de porco preto

O serviço
Com uma simpatia e uma disponibilidade totais, todos os empregados foram impecáveis. Mesmo quando desafiados com perguntas mais complicadas responderam de forma descomplexada. Jovens e com dinâmica, contrariam a frase que está escrita por cima do relógio parado e que nos diz para não termos pressa.

Veredicto
Descobrir o Chouriçaria na Praça foi uma agradável surpresa. Longe do reboliço da Praça do Giraldo, o restaurante é uma alternativa mais que aconselhável para os restaurantes tradicionais e que permitem ter contacto com os sabores alentejanos sem a carga da tradição, muitas vezes demasiado pesada para um jantar, como foi o caso. Os preços são mais que justos para a qualidade das propostas. Cada petisco ronda os 4 a 7 euros. Sempre que se proporcionar uma ida a Évora, o Chouriçaria estará na minha lista de locais a revisitar. A ir. Definitivamente.

preço por pessoa: entre os 10 € e os 15 €

Chouriçaria da Praça
Praça 1º de Maio, 27, Évora

terça-feira, 31 de março de 2015

Restaurante Gonçalo's

O restaurante
Localizado junto à Avenida de Berna, quem passar à porta ficará com a impressão que o Gonçalo's é um café/pastelaria. Localizada ao fundo, a sala de refeições serve de espaço espartano para repastos que fazem inveja ao tempo medieval. Com uma sala simples mas bem iluminada, o muito ruído que se faz sentir é sinónimo de almoços de colegas que partilham ali as suas peripécias laborais ou então o futuro do país que se mistura com o rescaldo futebolístico do fim-de-semana.

A carta
A carta é curta e as estrelas são os pratos do dia que contam sempre com doses generosas de boa comida. Sou habitué no Gonçalo's e sempre que o visito divido-me entre a Posta de Vitela ou o Entrecote à Cortador. Ambas as doses são mais que suficientes para duas pessoas. A carne, tenra e muito bem temperada, é a rainha de um almoço que apenas deixa espaço para o café.
Se o objectivo for comer algo mais leve, os restantes pratos do dia oferecem soluções como os filetes ou as febras. A minha recomendação é ir para provar os nacos de carne sobre os quais recaem sempre as minhas escolhas. Para comer os outros pratos só mesmo se estiver de dieta. Apesar de nunca ter provado as outras ofertas gastronómicas, acredito que a qualidade se mantenha.

Relação qualidade/preço
A relação qualidade/preço é surpreendente. Uma Posta de Vitela é um naco de carne que alimenta duas pessoas tranquilamente e que vem acompanhada de uma travessa com esparregado, arroz branco e batatas fritas (caseiras) que são um regalo e pelo qual se paga 12€. Vinhos nunca explorei. Fiquei-me sempre pela imperial que combina bem com a densidade da carne e convida ao refresco do palato saturado pela quantidade da carne ingerida.

Veredicto
O Gonçalo's é um restaurante simples, de serviço simpático e eficaz, que faz parte do mapa diário dos lisboetas que trabalham nas imediações da Avenida de Berna.
O estacionamento, apesar de pago, fica numa zona verde e é fácil de conseguir.
Deve-se chegar cedo. O número de mesas é reduzido e quem chegar após às 12h30 arrisca-se a esperar um bom bocado.
Para quem gostar de carne e se quiser gastar pouco, o Gonçalo's é o restaurante a visitar.

preço por pessoa: 10€

Restaurante Gonçalo's
Rua Tenente Espanca 36-B, Lisboa