No que diz respeito a restaurantes de sushi,
aqui no "do chefe ao chef" já descrevemos um conjunto considerável de experiências, talvez, em detrimento de outros géneros de gastronomia. É
um facto que os bloggers deste espaço gostam muito de sushi, logo, se um bom restaurante deste género de comida nos proporciona uma boa experiência, penso que a devemos partilhar.
(ver imagem aqui)
A última boa experiência de sushi
que tive foi no Kampai, um pequeno restaurante, situado na Calçada da
Estrela (próximo da Assembleia da República), com motivos decorativos relacionados
com a pesca, em particular, a do Atum. O ambiente é descontraído,
sendo que no caso desta experiência, o atendimento foi para além de profissional. Foi
excepcional, mas apenas o foi, a partir do momento em que eu e a minha companhia demonstrámos alguns conhecimentos sobre a matéria e
questionámos se o sushiman não teria passado no saudoso Aya. Touché!
Começou todo um serviço fora do comum, com explicações importantes sobre o
funcionamento do restaurante, o seu relacionamento com os
fornecedores, a qualidade que exigem, a sazonalidade com que servem
alguns peixes, bem como, as novidades que tinham na sua carta, entre outros temas.
Tudo isto de um modo descontraído, sem ser intrusivo, nem "graxista", apenas um conjunto de conversas entre apreciadores de sushi.
(ver imagem aqui)
Relativamente ao sushi, ainda a propósito do serviço do Kampai, o sushiman
teve de facto a sua formação no Aya, o que se tornou evidente no corte
das peças, na apresentação de alguns pratos e na qualidade do peixe
servido. Felizmente, o que então foi previsto nas últimas linhas do post do Aya, está a verificar-se...
Mas o que torna este restaurante de sushi assim tão diferente? As peças têm boas proporções? Sim. O peixe é fresco e de óptima qualidade? Sim. Os pratos tradicionais de sushi
são muito bons? Sim. Poderia descrever outras qualidades neste
restaurante, mas o que realmente distingue o Kampai de
outros excelentes restaurantes de sushi locais é a sua oferta, sem dúvida, diferenciadora. À excepção do
Salmão, todos os restantes peixes são provenientes dos Açores, inclusive
o Atum, que, diga-se de passagem, é muito bom, dos melhores que já comi em
Lisboa. Contudo, após provar o Lírio, cujo sabor e consistência, na minha
opinião, são melhores que os do Atum, nada mais será o mesmo para mim em
termos de sushi. Atingi um outro nível de exigência, talvez o
equivalente ao alcançar do Nirvana para os budistas. Da
próxima vez que voltar ao Kampai, arrisco-me a sair de lá desiludido,
pois nem sempre este peixe está disponível, mesmo quando estamos na sua época de pesca. O
seu sabor, o bom corte e proporção das suas peças serão difíceis
de suplantar nos próximos tempos, isso é garantido. Também nos foi
servido o Chicharro, um peixe cuja consistência é áspera e o sabor é ácido, mas que não deixa de ser diferente do que
estou habituado nos restaurantes de sushi em Portugal.
(ver imagem aqui)
Para finalizar, tem que ser feita uma menção à entrada e sobremesa provadas. As Gyosas foram feitas na hora, o que, naturalmente,
lhes deu um sabor melhor. Quanto à sobremesa, provei um bom e cremoso
bolo de chocolate, acompanhado por uma bola de gelado de Chá Verde e
ainda uma bola de gelado de Sésamo, oferta da casa. Admito que não apreciei muito este último sabor.
Toda
esta experiência, certamente única e nos próximos tempos difícil de
igualar, teve como preço final o valor de 68 €, ao que incluo as habituais águas, chás verdes e cafés. Por duas pessoas, sushi a este
nível a 34 € / pessoa, certamente, verificarão que não é caro. Basta lerem e
compararem o que está escrito neste post com outras experiências de sushi que anteriormente partilhámos...
preço por pessoa: 34 €
Kampai
Calçada da Estrela, 35-37, Lisboa