sexta-feira, 24 de abril de 2015

Velhos Tempos Taberna | Braga

Viajar em trabalho permite-nos descobrir locais únicos. Quem habita nos sítios conhece os recantos secretos onde se levam apenas os amigos ou quem se quer impressionar. Depois de uma longa viagem de carro até Braga e terminada a reunião eis que o anfitrião nos diz: "Vou levar-vos ali a um sítio."
Esta afirmação vinda de alguém natural de Braga só pode significar que iremos descobrir um recanto de amigos. Onde as conversas fazem esquecer o tempo e a comida acompanhada do vinho, que se quer tinto, é a cereja em cima do bolo.
O Velhos Tempos Taberna diz tudo no seu nome e na porta. A madeira que se combina com a pedra transporta-nos para os tempos onde o minimalismo era coisa de gente moderna e sem gosto. No Velhos Tempos Taberna a decoração é de coisas velhas do tempo, não do desgaste. Daquelas coisas que a avó tem lá por casa e que pintam de laivos de memória alguns momentos que permanecem.

O restaurante
O espaço é intricado. Com escadas e várias salas ligadas entre si, é com se entrássemos num labirinto. À mesa, as generosas doses fazem-se destacar por entre a decoração de velharias e coisas típicas das casas dos avós. Esqueça-se por momentos os tectos altos e a mobília de linhas rectas. Abracemos as madeiras escuras e toscas que combinam na perfeição com os grandes móveis - louceiros e armários - e com a média luz que ilumina o espaço. Tivemos o privilégio de ficar na sala mais recatada do restaurante onde apenas mais duas mesas faziam companhia à nossa.
A ementa
A ementa combina os pratos do dia e Os pratos. Esqueçamos os do dia que estão ali para quem tem pressa. Nós não temos. Estamos em trabalho. Pois então, diga-nos lá o que tem para impressionar estes lisboetas esfomeados.
Ah ele é isso? Então venha de lá de entrada uns rissóis de camarão feitos de massa de pastel de massa tenra. Que delícia. O pão que é massudo e denso acompanha em beleza as azeitonas. Mas esperem, tenho ali uma alheira de caça que vão gostar. E gostámos. Muito.
Entradas - Pão, Azeitas e Alheira
Agora que o estômago já acamou que venha o rei da refeição. Rojões. Temos direito a tudo. Tripas enfarinhadas, papas de sarrabulho. Tudo serviço em doses mais que generosas como apenas alguém que gosta de impressionar faz. Algum reparo? Nem pensar! Tudo óptimo.

Rojões à Minhota (inclui tripas enfarinhadas)
Ainda há espaço? Ora pois bem, para acompanhar o café, que venha um pudim de abade de priscos que é caseiro. O melhor que já comi. Denso, de sabor intenso e rico. Não fosse o colesterol e os diabetes e ainda hoje estaria a comer fatias dele.
O vinho é uma peça chave para equilibrar tudo isto. Escolhemos de olhos fechados e confiámos na recomendação: jarro de vinho tinto da casa. Lá está. Vinho recheado em touriga nacional e tinta roriz tal as notas de frutos vermelhos. Não há madeira, mas as notas de especiarias foram muito bem com o que foi consumido.

O serviço
O serviço é impecável. Preocupado e disponível. Não foi possível avaliar a rapidez porque fomos sem pressa, mas a solicitude é digna de referência. Nada a apontar.

Veredicto
Sempre que voltar a Braga farei para ir ao Velhos Tempos Taberna. O restaurante é daquelas pérolas que surpreendem e deixam saudade.A qualidade é muito boa e os preços mais que justificados. Numa refeição que combine entradas, prato, sobremesa e vinho estaremos a falar de um valor que se situa entre os 20 e os 25 euros. A ir, sem dúvida.

preço por pessoa: entre os 20 € e os 25 €

Velhos Tempos Taberna
Rua do Carmo, 7, Braga

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