quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Nosolo Italia

Mais um, entre tantos restaurantes italianos pela cidade de Lisboa fora. Hoje, num almoço de um quase normal dia de trabalho, visitei o Nosolo Italia em Belém.
Este restaurante é, na verdade, um franchising que teve origem no Algarve e que já tem quase 30 anos de existência.

(foto daqui)

Ambiente e Serviço
Muito bem instalado no espelho de água de Belém, em dias de Sol parece ser o lugar ideal para se estar. O staff era educado e o serviço muito rápido e eficiente.
Uma nota menos positiva para o sistema de conta - entregam-nos um papelinho com o número da mesa e mandam-nos ir pagar ao balcão. O que, com uma mesa de 6, que era o caso, causa uma enchente de pessoas ao balcão que me parece desnecessária. Em horas atarefadas, nem quero imaginar (mas pode ser que tenham outro sistema). A menina que estava a receber os pagamentos, apesar de os estar receber, estava com cara de "todos lhe devem e ninguém lhe paga", o que era escusado.

Ementa
Por se tratar de um almoço típico de dia de trabalho, não houve grande espaço/tempo para parar e degustar entradas ou sobremesas. 
A carta é extensa, apresentando uma larga variedade de Pizzas, Pastas e Saladas, entre outras opções mais comuns (omeletes, bifes, pratos para crianças...)
Acabei por arriscar uma Pizza Aveiro, com espinafres, queijo chévre, mel e nozes. Uma boa mistura, mas a precisar de alguns afinamentos - a base da pizza estava demasiado dura, tornando-a difícil de cortar, mesmo estando a usar uma faca daquelas que supostamente corta tudo; as nozes deviam ser colocadas depois da pizza sair do forno, para não torrarem, que tudo ficaria muito melhor; e agora, é só a minha opinião, mas tomate seco seria uma adição perfeita a esta mistura. 
Os restantes pedidos foram essencialmente pizzas (todas com óptimo ar), um tagliatelle e uma omelete. Não me pareceu ver caras insatisfeitas.

Em resumo, a localização é excelente, a comida é "ok", embora não seja "wow". O preço é razoável para a oferta. Parece ser a aposta perfeita para um domingo preguiçoso em que não apeteça fazer o almoço, e onde se poderá aproveitar para ficar um pouco mais na esplanada depois de terminar a refeição, só mesmo a aproveitar o Sol.

data da visita: 16.nov.2011
preço por pessoa: 12,25 €

Nosolo Italia
Av. Brasília, 202, Lisboa

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Lisboa Restaurant Week - Restaurante Sommer

O do chefe ao chef aproveitou a Lisboa Restaurant Week para mais uma das suas visitas a um dos restaurantes da cidade. Esta iniciativa é excelente, permitindo a qualquer um de nós usufruir dos melhores restaurantes a um custo relativamente reduzido. Certos de que alguns poderão tornar-se uma valente desilusão, se não souberem aproveitar este evento para se exibirem, não deixa de ser uma boa oportunidade para visitar restaurantes que de outra forma teriam de ficar "em lista de espera".
Além disso, este evento conta sempre com uma pequena contribuição para uma instituição social o que, apesar de não ser original, fica sempre bem (e nos dias que correm, ainda mais).

Escolhemos o Sommer por apresentar um menu diversificado que nos permitiria experimentar vários pratos, e lá fomos os quatro para mais uma aventura gastronómica. O ambiente do restaurante é sofisticado, com decorações modernas (mas simples) e em tons de laranja. Descobrimos mais tarde que o Sommer é mais conhecido pelo seu Cocktail Bar do que propriamente pelo restaurante. A nível de atendimento, o staff não exibia simpatia nem era atencioso, mas cumpriram bem o seu papel, não existindo qualquer falha a reportar.

(foto daqui)

Entradas

Figos Salteados com Queijo de Cabra e Nozes (f.) - Esta era a entrada que mais dúvidas suscitava, pois a combinação dos figos com queijo de cabra e nozes, certamente não será do agrado de todos. O resultado desta mistura de sabores doces e intensos é equilibrado, contudo a temperatura a que esta entrada foi servida talvez tenha sido demasiado quente, tornando-a enjoativa. O contraste dos figos servidos frios, com o queijo de cabra derretido, certamente teria sido melhor. A apresentação poderia ser mais cuidada.

Brusqueta de Pato com Compota de Cebola Roxa (d. e j.) - Uma entrada que, apesar de não ser original, traz uma mistura equilibrada de sabores entre o doce da cebola confitada e o salgado do pato.

Creme de Tomate e Beterraba com Croutons de Orégãos (g.) - Embora com uma cor diferente (muito vermelha), e por isso se torna original, o sabor surpreendeu por ser igual a uma sopa de legumes "da avó". Ou seja, era um bom sabor, porque as sopas da avó são sempre óptimas, mas não era o que se esperava para uma sopa vermelha neste restaurante.

Pratos Principais

Risotto à Bulhão Pato (j.) - Uma excelente ideia, felizmente bem conseguida. Quando nos falam em bulhão pato, sentimos de imediato aquele sabor delicioso do molho de azeite e alho com limão e coentros, certo? Pois é exactamente esse, o sabor que o risotto tinha. Estava cremoso, bem cozinhado e saboroso. Existe, no entanto, uma crítica a considerar. Tendo o risotto amêijoas com casca (cascas essas que na minha opinião eram dispensadas) há que ter cuidado para que todas se encontrem inteiras. Ninguém aprecia encontrar pedaços de casca no meio do risotto, não é agradável e podemos partir um dente.

Empada de Caça com Puré de Castanha e Salada de Cogumelos (d.) - Esta empada tinha uma mistura de carnes "no ponto" que combinava na perfeição com o puré de castanhas, que também estava delicioso. A salada de cogumelos, no entanto, deixou um pouco a desejar, porque o contraste de sabores com o puré e a empada não era assim tão interessante quanto se pudesse esperar. A massa dos extremos da empada estava demasiado rígida, tornando-a difícil de cortar e manusear para comer (talvez se estivesse um pouco menos cozinhada, tivesse ficado perfeita).

Filet de Pato sobre Risotto de Laranja e Cebolas Caramelizadas (g.) - Neste prato o que mais se destaca é o risotto de laranja, que pela sua originalidade suscita muita curiosidade. A mistura de sabores da cebola caramelizada com o risotto de laranja é um pouco confusa no início (meio doce quente da cebola caramelizada com sabor a laranja quente…), mas à terceira ou quarta garfada vemos que a mescla de sabores até funciona bem. O filet de pato, muito bem condimentado e cozinhado, encontrava-se no topo do risotto e muito bem escolhido (a textura e o sabor da carne de pato funcionou muito bem com o acompanhamento escolhido).

Linguini de Tinta de Choco, com Camarão, Tamboril e Crocante de Presunto (f.) - o prato desilusão! A apresentação apelava à degustação, porém o prato tornou-se enjoativo. O sabor da tinta dos chocos da massa e o excesso de camarão, tornavam o prato doce! Lamenta-se a escassez de Tamboril, pois teria enriquecido o prato. O mesmo se verificou com o presunto, pois este elemento tinha como função cortar o sabor da massa e dos camarões, o que não sucedeu. Por fim, o camarão deveria ser melhor descascado...

Sobremesas

Pannacotta de Côco com Creme de Ananás e Hortelã (d.) - Sou suspeita, porque adoro pannacotta e esta mistura estava especialmente bem concebida. Esta sobremesa foi confeccionado com o côco no seu interior (não era polvilhado por cima), e era depois regado com o creme de ananás / hortelã. Um delicioso equilíbrio agridoce.

Mouse de Chocolate com Pralinê (g.) - Sendo eu um grande fã de chocolate, não poderia escolher outra sobremesa que não fosse a mousse de chocolate. Aliás, esta foi eleita por todos como a melhor sobremesa, sendo portanto uma recomendação do chefe ao chef para este restaurante.
Trata-se de uma mousse de chocolate caseira, que não tem um sabor muito pesado e com a pequena “surpresa” dos crocantes quando se está a saborear a sobremesa.

Tartin de Pêra e Nozes com Gelado de Framboesa (f.) - Uma sobremesa que em comparação com as outras aqui descritas passou despercebida.

Bolinho de Maçã e Canela com Gelado de Caramelo (j.) - As expectativas eram altas, mas não foram correspondidas. O Bolinho de Maçã estava extremamente seco, e desfazia-se quando se tentava comer. Se calhar era essa a ideia, mas, na minha opinião, lembrava aqueles bolos secos, sem sabor, que se encontram nas padarias. O gelado de caramelo estava bom, ainda que não fosse surpreendente.

Vinho

Duas Quintas, Douro (Branco), 2010 (f.) - Os Tintos "Duas Quintas" são mais reconhecidos que os Brancos, porém, estes últimos, costumam ser bons. Por isso, como estávamos numa noite quente de Outubro(!), resolvemos acompanhar a refeição com este Branco fresco, jovem e leve. Havia alguma apreensão com a escolha feita, pois o que por aí se diz é que os vinhos têm sido bons nos anos ímpares. Não sendo um perito, julgo que "Duas Quintas" (Brancos e Tintos) de outras colheitas são superiores ao que bebemos. Era leve, acompanhava agradavelmente a comida, mas não surpreendeu. A relação qualidade-preço (17 €) esteve longe de ser equilibrada.

data da visita: 06.out.2011
preço por pessoa: 26,2 €
 (aos 20€ do menu LRW acresce o custo das bebidas)

Sommer Restaurante
Rua da Moeda, 1-K, Lisboa