segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Bombordo | Aveiro


Adenda

Em agosto.2014:

Recebemos um e-mail por parte da nova gerência do Bombordo que nos informa que, actualmente, este restaurante em Aveiro tem cozinha e staff renovados, a par com uma remodelação do espaço. Informa também que a nova gerência não se revê "na atitude descrita e praticada pela antiga gerência."
Se tivermos oportunidade, faremos uma nova visita ao renovado Bombordo.
Caso algum dos leitores passe por lá, agradecemos que nos deixe a sua opinião.

Em julho.2013:

Normalmente escrevemos relatos das nossas visitas com princípio, meio e fim... mas esta é uma história diferente...

Em Aveiro com a família, à procura de um restaurante com esplanada onde pudéssemos estar com o cão, encontrámos o Bombordo, na Praça do Mercado do Peixe.
Sentámo-nos, ainda antes das 13h00, esperámos uns 5 minutos pela ementa, outros 10 para que viessem recolher o pedido e lá pedimos 5 doses do prato do dia (filetes de pescada), porque precisávamos que a refeição não demorasse muito tempo. Entendemos a demora inicial porque o empregado que nos calhou era claramente um estudante a ocupar o tempo de férias com um trabalhito de verão e não nos preocupámos mais. Meia hora depois, o empregado regressa à nossa mesa, para dizer que, lamentavelmente, os filetes de pescada já tinham acabado. À nossa volta, nenhuma mesa tinha filetes e não vimos sair uma dose dos ditos durante todo o tempo que lá estivemos. Em seguida,  à pergunta "então e agora o que é que têm que seja rápido de sair?", a resposta (depois de ir verificar com a cozinha) foi "carne assada". Relembro que estávamos em Aveiro, junto ao mercado do Peixe. Desistimos, pagámos as bebibas (porque já as tínhamos bebido) e fomos em busca de uma qualquer outra alternativa... o que às 13h45 não se adivinhava fácil.

Em casa fui espreitar o Trip Advisor onde verifiquei que existiam vários relatos de situações semelhantes ou igualmente más. Pena que nem sempre haja tempo para ir à internet antes de escolher um restaurante.

Para o Bombordo em Aveiro fica um aviso... escolham outro!

data da visita: 21.julho.2013

O Bombordo
Praça do Mercado do Peixe, Aveiro

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Taberna Rua das Flores

Mais uma taberna em Lisboa... desta vez, a Taberna da Rua das Flores, situada na dita rua. Devido ao letreiro que tem à porta, à primeira vista, pode passar por uma mercearia. Esta taberna, das muitas que agora existem pela cidade, é aquela cujo espaço (talvez) mais se aproxima das antigas e originais tabernas.


O seu espaço exíguo, estreito, soturno (pelo menos à noite), com uma decoração e mobiliário mais do que rústicos, remete-nos para o antigamente, onde almas penadas bebem o seu copo de vinho tinto enquanto pesticam umas petingas ou uns peixinhos da horta. É um restaurante carregado de nostalgia e romantismo, de uma Lisboa que já não existe, mas que, com melhores condições, se tenta reavivar. Atenção, este esforço retro, sendo louvável, pode tornar-se inconveniente para o cliente mais desprevenido, não se aceitam reservas de mesa e o único meio de pagamento disponível é o dinheiro.

(imagem do facebook)

Sobre a comida (a ementa escrita numa ardósia pode mudar diariamente, de acordo com os ingredientes do dia) a Taberna da Rua das Flores serve, principalmente, petiscos. Pratos de rápida, mas excelente, confecção. Alguns exemplos são as Lamejinhas à Bulhão Pato, os Fígados de Aves com Maçã Verde e a Trouxa de Alheira com Ovo Cremoso, que tive a oportunidade de experimentar.

Sucintamente, e para quem não conhece, as Lamejinhas são semelhantes às Ameijoas, apenas menores e menos saborosas, porém, neste prato em particular, o molho, estava excelente o que obrigou a que se pedisse mais um ou dois cestos de pão. Os Fígados de Aves foram o meu petisco exclusivo, pois quem me acompanhava não aprecia o que de mais rústico e saboroso a natureza nos oferece. Melhor para mim, pois aquele sabor do fígado, ligeiramente mal passado (ok, talvez não seja a coisa mais segura...), equilibrado com a acidez da maçã verde, foi a combinação perfeita. Por fim, a Trouxa de Alheira com Ovo Cremoso foi o "peso pesado" da refeição, uma autêntica e saborosa dose de calorias, onde o forte sabor da Alheira foi suavizado pela gema cremosa do ovo.
Ainda no capítulo da comida, para desenjoar, destaca-se a dose de Romeu e Julieta. Não, não se tratava de um gelado de uma qualquer marca, mas sim de queijo de ovelha meio curado acompanhado de marmelada caseira. O queijo era muito bom, sem dúvida, sendo um daqueles queijos que mais facilmente encontramos nas cidades mais pequenas e não em Lisboa. A marmelada também era boa, parecendo genuinamente caseira... não vou entrar em grandes comentários pois não tenho conhecimentos suficientes para tal.

Quanto às bebidas, foi pedida uma Limonada, simples, boa e com um sabor autêntico (nada a ver com as limonadas industriais que se encontram por aí) e experimentado o vinho branco da casa. Não há grandes mistérios, era fresco e leve como se espera de um vinho de mesa que acompanha petiscos. Não era um Colares ou um Sauvignon Blanc, mas cumpriu com competência a sua função, especialmente se considerarmos que estava uma noite agradável que pedia uma bebida fresca. Já li algures que a Taberna da Rua das Flores serve uma cerveja artesanal chamada "Sovina". Há que confirmar esta informação numa próxima visita.

O serviço é ligeiramente atabalhoado, porém sempre simpático e prestável, além de rápido a servir. Assim, no que diz respeito à relação qualidade/serviço/preço, um valor de, aproximadamente, 40 euros para duas pessoas, por três excelentes petiscos, sobremesas, mais bebidas (com dois jarros de vinho) e cafés, parece-me aceitável nos dias de hoje.

Em jeito de recomendação final, a Taberna da Rua das Flores é uma excelente opção a ter em conta para aqueles jantares de grupos pequenos em que o objectivo é partilhar e provar um pouco dos vários petiscos pedidos.

...

Este texto descreve a minha primeira visita à Taberna da Rua das Flores, em Abril de 2013, e foi partilhado, sensivelmente, há um ano atrás. Desde aí, este espaço tornou-se um dos meus restaurantes favoritos onde já fui por diversas vezes.

Já tive a oportunidade de experimentar muitos e diferentes petiscos, e recomendo, se tiverem a sorte de os encontrar na ementa: salada desfeita de bacalhau (bacalhau desfiado, puré de grão, cebola e pimentos - infelizmente só comi este prato uma vez, mas é memorável), lagartos de porco preto (tiras de porco preto grelhadas com cebola e salsa - simples, mas delicioso), queijo de cabra panado (3 "rodelas" de queijo de cabra de sabor bastante forte acompanhadas por compotas doces e salada - este é um prato que está muitas vezes presente na ementa e que, desde que provei, é sempre escolhido) e massa japonesa com choco (massa japonesa, choco, tinta de choco, cebola e salsa - provei este prato na minha última visita à Taberna da Rua das Flores há cerca de duas semanas... nunca o tinha encontrado na ementa, mas espero que por lá se mantenha).

(os nomes não são, exactamente, estes, mas fica a ideia geral do prato)

Referi, anteriormente, que iria provar a cerveja artesanal "Sovina" numa próxima visita. Pois bem, entretanto provei e, posteriormente, comprei numa loja retro da moda duas “Sovinas” de diferentes sabores (versão litrosa), pois de facto é um produto muito interessante. Não estando ainda ao nível de uma cerveja trapista belga, é um produto realmente diferente no panorama cervejeiro nacional. Não tendo experimentado a “preta”, todas as suas diferentes versões caracterizam-se por serem leves e delicadas, com um ligeiro sabor amargo/doce, dependendo do tipo de cerveja escolhido. Um ponto a melhorar? O facto de “morrer” muito rapidamente, sendo que o facto de ser uma cerveja artesanal não é desculpa.

Continuo a recomendar a Taberna da Rua das Flores, por tudo o que já descrevi, mas, agora, também, pela consistência… ao longo das várias visitas a qualidade é constante e as expectativas alcançadas.

preço por pessoa: entre os 20 € e os 25 €

Taberna da Rua das Flores
Rua das Flores, 103, Lisboa